Maio Amarelo e os riscos do transporte por moto em aplicativos
O Maio Amarelo apresenta em 2025 um tema essencial, refor├ºando a ideia sob a perspectiva da ÔÇ£Mobilidade Humana, Responsabilidade HumanaÔÇØ, refor├ºando que a seguran├ºa no tr├ónsito ├® uma constru├º├úo coletiva.┬á
A campanha deste ano amplia o debate para al├®m da infraestrutura vi├íria, colocando o ser humano, em todos os seus aspectos, isto ├®, motoristas, passageiros e pedestres, no centro da responsabilidade pela redu├º├úo de acidentes.┬á
Esse contexto torna ainda mais relevante a discuss├úo sobre o crescente uso de aplicativos de transporte por moto em capitais como Salvador, Recife e cidades do estado de S├úo Paulo, onde a pressa cotidiana muitas vezes se sobrep├Áe ├á cautela.
A busca por agilidade e os riscos ampliados
Nas grandes cidades, os aplicativos de moto surgiram como resposta ao caos urbano e à disponibilidade do transporte coletivo em horários de pico. Em Salvador, por exemplo, a demanda por viagens rápidas se intensificou com a expansão do tráfego, e os apps logo se tornaram populares. No entanto, essa praticidade tem custado caro em termos de segurança. 
Dados do Bahia Notícias revelam que os atendimentos a motociclistas acidentados aumentaram 45% após a chegada desse tipo de serviço na cidade. Só no primeiro semestre de 2024, mais de 1.200 acidentes envolvendo motos foram registrados, colocando em evidência a necessidade urgente de repensar prioridades de mobilidade.
Em Recife, a situa├º├úo tamb├®m inspira cuidados. Dados do Detran-PE apontam que, em 2024, houve mais de 7.500 acidentes envolvendo motocicletas no estado, sendo que cerca de 40% aconteceram na Regi├úo Metropolitana.┬á
Esse n├║mero expressivo refor├ºa o alerta do Maio Amarelo 2025: a mobilidade precisa ser humana, e isso inclui decis├Áes que priorizem a vida em vez da pressa.
São Paulo: eficácia, mas a que preço?
São Paulo, com sua complexa rede de mobilidade urbana, oferece diversos modais, mas o apelo pela rapidez tem levado muitos a optar pelas viagens de moto de forma clandestina. Apesar da eficiência, as consequências são alarmantes. 
Segundo a Folha de S.Paulo, em 2024, 35% das interna├º├Áes por traumas na capital estavam ligadas a acidentes com motos, representando um gasto p├║blico de mais de R$ 150 milh├Áes. Esses n├║meros colocam em xeque n├úo apenas a seguran├ºa pessoal, mas tamb├®m a sustentabilidade do sistema de sa├║de p├║blica, que se v├¬ sobrecarregado por sinistros evit├íveis.
Desafios de fiscalização e conscientização
Um dos pilares do Maio Amarelo 2025 ├® justamente a responsabilidade humana, algo ainda desafiador no setor de transporte por aplicativo voltado para motos. Conforme mostrou mat├®ria recente do G1/Fant├ístico, a falta de fiscaliza├º├úo rigorosa faz com que falhas de seguran├ºa sejam comuns.┬á
No segundo semestre de 2024, São Paulo aplicou mais de 2.000 multas a condutores que descumpriam regras básicas, como uso inadequado de capacetes ou ausência de toucas higiênicas. Esse cenário reforça a necessidade urgente de não apenas fiscalizar mais, mas conscientizar motoristas e passageiros sobre o papel de cada um na proteção da vida.
Transporte público como caminho mais seguro e sustentável
Diante dos desafios crescentes, valorizar o transporte p├║blico torna-se uma das estrat├®gias mais coerentes com a proposta de Mobilidade Humana. Salvador, por exemplo, tem ampliado sua rede de metr├┤ e ├┤nibus, transportando, segundo a CCR Metr├┤ Bahia, mais de 400 mil passageiros diariamente em 2024.┬á
Em Recife, o sistema integrado de metrô e BRT, que atende mais de 450 mil usuários por dia útil, continua sendo um pilar fundamental para a mobilidade urbana, apesar de desafios logísticos. 
J├í S├úo Paulo apresenta n├║meros ainda mais expressivos: conforme dados da SPTrans e da Companhia do Metropolitano, mais de 15 milh├Áes de passageiros utilizam ├┤nibus, metr├┤s e trens metropolitanos todos os dias, tornando a capital refer├¬ncia em transporte p├║blico diversificado.
Al├®m de mais seguro, o transporte coletivo reduz o n├║mero de ve├¡culos individuais nas ruas, contribuindo para a diminui├º├úo de congestionamentos e da emiss├úo de poluentes. Isso tamb├®m integra a mensagem do Maio Amarelo 2025, ou seja, pensar a mobilidade como um direito coletivo e uma responsabilidade compartilhada.
Reflex├Áes para um futuro mais seguro
O Maio Amarelo 2025 refor├ºa que a seguran├ºa no tr├ónsito n├úo depende apenas de infraestrutura ou fiscaliza├º├úo, mas principalmente de escolhas conscientes. Em Salvador, Recife e S├úo Paulo, capitais onde a mobilidade sobre duas rodas se tornou parte da rotina, ├® vital lembrar que cada trajeto ├® uma decis├úo que pode impactar vidas.┬á
A mobilidade humana ├® mais do que deslocamento r├ípido; ├® respeito m├║tuo, responsabilidade e prote├º├úo da vida em todas as suas formas.
Neste m├¬s de conscientiza├º├úo, a reflex├úo vai al├®m do uso de capacetes ou do respeito ├ás leis: ├® sobre cultivar uma cultura de tr├ónsito em que a vida esteja sempre em primeiro lugar.